Molfini ou Molfim por corrupção, Genovês da cidade de Rapalo, onde foi batisado na freguesia de S. Martinha.
João Ângelo Marfim, como assinava, veio para S. Miguel - AÇÔRES, com o mercador Genovês Nicolau Maria Canevas (antepassado da familia Raposo de Amaral) que o trazia em viagem de recreio por mandado de seu pai. Tendo ido com o Canevas jantar a casa de Germano Arnaud, logo se apaixonou pela filha Maria Berta, pedindo-a de imediato em casamento ao pai. Tendo-lhe este dito que esperasse, pois não sabia quem ele era, raptou-a passados oito dias e depois de casado establece-se em Ponta Delgada, S. Miguel, na Rua do Valverde,com casa de negócios, no canto em baixo, junto à Misericordia Velha (onde está hoje a casa Bensaúde). Fez testamento em 21 de Março de 1795, onde fala num irmão Lázaro Molfini, residente em Rapalo - ITÁLIA, que era o responsável pela legitíma paterna, herança que recomenda aos filhos, que façam por reivindicar, para o que deixa documentos autenticos, adquiridos por ocasião de uma questão que teve com as autoridades desta ilha, quando o quiseram prender por ter esfisgado um homem no cais desta cidade com o seu estoque, os quais documentos lhe serviram para mostrar que era pessoa de qualidade, com previlégios por nascimento, que não lhe permitiam ser preso, senão depois de cumpridas certas formalidades. Efectivamente os seus herdeiros trataram de reenvidicar os seus bens que lhe pretenciam; porém um dos que disso foi tratar ficou cativo na costa de Marrocos e quando se viu livre desistiu do intento. Esses documentos foram depois entregues a seu procurador da Ribeira Grande, S. Miguel, que nunca mais apareceu. Em 1800 e tantos, um bisneto de João Ângelo Molfini, Luís António Máximo Pereira, esteve em Rapalo - ITÁLIA, e viu as ruinas da casa e ermida dos Molfinis.
Morreu a 6 ou 7 de Abril de 1795 e está sepultado na igreja da Conceição desta cidade. Em 1778 aparece como subscritor numa lista de subscrição para a construção do cais desta cidade (ver Arquivo dos Açôres, Vol XI pág. 68 nota).