Willem van der Haagem (em portugues Guilherme da Silveira) cavalheiro flamengo, natural de Bruges, mas cuja familia tinha assento em Maestrich. veio para os Açôres em 1470, com sua mulher e familia, em duas urcas carregadas de sua fazenda, e com oficiais mecânicos de todos os oficios e sua mulheres, demandar a ilha do Faial, onde desembarcou. Ali se deteve algum tempo sem alcançar de Josse Vam Huerter (seu conterraneo) o assento e accomodação que carecia.
Josse Van Huerter obteve em 1464 do Infante D. Fernando, seu alto donatario, a capitania das ilhas do Faial e Pico - AÇÔRES, para as quais logo vieram com naturais seus lançar os fundamentos á sua colonização.
Dizem que um espirito de rivalidade em materia de consideração publica provocára a má hospitalidade que daquele recebera.
Não acomodado no Faial, e obtendo licença da Infanta D. Brites, viuva do Infante D. Fernando, tutora de seu filho menor, o duque D. Diogo, veiu Guilherme Vam der Haagen povoar o Topo, ponta oriental desta ilha de S. Jorgre, a qual foi erecta vila no ano de 1510, por el-rei D. Manuel (denominação é flamenga Top = ponta, fim), tendo a colonia que o seguiu para esta ilha, sido de apenas uma fracção da que de Flandres o acompanhara ao Faial. Depois de fazer ali assento definitivo das lavouras de trigo que mandava fazer nas suas terras pagava 60 moios ao dizimo. Desta ilha saiu ainda a tentar seguindamente novos establecimentos, na ilha Terceira e Flôres.
João Vaz Corte Real, donatário de Angra, cidade da ilha Terceira - ACÔRES, desde 1470 obtivera do duque D. Diogo, por carta de 4 Mai 1483, a capitania desta ilha de S. Jorge, sendo uma das causas desta doação a esperança que tinha o duque de que ele daria toda a ordem á povoação dela. João Vaz, a este tempo tinha concluido a repartição das terras da capitania de Angra, e carecia de novas terras para acomodar membros mal acomodados das familias ali establecidas e novas familias que a ela concorriam. Tendo obtido confirnação da doação da ilha de S. Jorge aos 5 de Abril de 1488. Vasqueanes, seu filho mais velho, obeteve carta régia datada de 1 de Março de 1497.
O facto da doação a João Vaz e a nova ordem das coisas, que nesta ilha então começou, deveram oferecer causa de desgosto a Van der Haagen, se é que não directamente perturbou em sua posse, o que severá explicar a sua saida de S. Jorge.
Um outro facto ocorrido por aquelo mesmo tempo na Terceira, a saida de um cavalheiro da sua terra, Fernão Dulmo, establecido em Santa Beatriz das Quatro Ribeiras, na capitania da Praia da Vitória em Março de 1487, para explorações no atlântico setentrional, explicará talvez a passagem de Van der Haagen, por este lugar, onde se deteve alguns anos na cultura e comercio do pastel.
Quanto á passagem da ilha Terceira para as Flôres, é de saber que tendo em 1452 Diogo de Teive e seu filho João de Teive, em uma viagem de exploração á legendária ilha das sete cidades, descoberto as ilhas das Flôres e Corvo, e sucedando João de Teive por morte de seu pai no senhorio delas, as vendeu a fernão Telles de Menezes, um dos grandes senhores da côrte portugueza, para servirem de estação aos navios que empregasse em explorações no atlantico setentrional; vendo que el-rei confirmou em 28 de Janeiro de 1474. Falecendo, porém, Fernão Telles em 10 de Abril de 1477, sucedeu-lhe no senhorio daquelas ilhas seu filho ainda menor Ruy Telles de Meneses, a quem sua mão D. Maria de Vilhena ficou tutelando. Em uma viagem que durante a sua estada na Terceira Van der Haagen fizera a Flandres, sucedeu voltar por Lisboa, e ali tratou com D. Maria de Vilhena a ir lançar os fundamentos á colonização das Flôres. Nesta mesma ocasião obteve de el-rei D. João II a confirmação das Armas da Sua familia, diploma que um incendio em sua casa, ainda na ilha Terceira, lhe devorou, e de que a Chancelaria daquele rei não conservou o transumpto (uma carta de sentença, passada em nome el-rei D. Sebastião a António da Silveira Pereira e sobrinhos, confirma a fidalguia de Guilherme van der Haagen, dizendo que "tinha seu brazão de armas, confirmado pelo dito rei D. João II, o qual lhe ardera em sua casa na ilha Terceira" - e Nuits, archivista de Maestricht (cidade Holandeza, capital da provincia de Limburg), consultado sobre o assunto, diz que os van der Haagen erão efectivamente uma familia nobre daquela cidade, cujos membros figuram muitas vezes nos arquivos dela.
Frei Diogo das Chagas, no seu Espelho Crystsllino, diz que perto da Vila de Santa Cruz, onde se diz a Ribeira da Curz, na Ilha das Flôres, estavão abertas no tufo da rocha umas furnas que erão "a modo da salas e casas muito grandes", as quais viu, sendo rapaz, encontrando lá pedaços de pau brazil muito compridos, e que perguntando a sua avó "quem fezera aquelas furnas, donde se achava aquele pau, que tão grandes e formosas erão, ela repondeu que aquilo fôram casas em moraram os flamengos". Parece, pois, que qauelas salas não foram para aposento de Guilherme van der Haagen, mas antes para acomodar os muitos oficiais mecânicos que consigo truxe do seu pais.
Segundo o conselheiro Dr. José Pereira da Cunha da Silveira e Sousa, cavalheiro da ilha de S. Jorge, falecido em 1912, que o 1º. quartel do brazão que encima o retabulo do altar de N. Sª. de Guadalupe, na igreja de S. Francisco da vila das Velas, era o dos Silveiras, descendentes de Guilherme van der Haagen, pois que aquele altar fora mandado edificar e pertência a seu tio o Padre Aleixo da Silveira e Avila.
FLÔRES
Introdução
O cantar de azenhas junto das cristalinas ribeiras. Os extensos maciços de hortênsias serpenteando por serras e vales. O basalto petrificado em fios eternos. A refrescante tranquilidade das lagoas. O chiar melodioso de um carro de bois. O pitoresco de velhos costumes. As casas brancas empoleiradas nas encostas verdejantes. Harmonias das Flores, jardim flutuando na espuma do mar.
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A geografia
De forma trapezoidal a ilha das Flores tem uma superfície de 143,11 km2, com o comprimento de 17 km e 12,5 km de largura máxima. A sua plataforma central, que se desenvolve entre os 500 e os 600 metros de altitude, tem no Morro Alto, com 914 metros, a maior elevação. Está situada a 31º 59' de longitude oeste e a 39º 25' de latitude norte.
A história
É ponto controverso a data do descobrimento das ilhas das Flores e do Corvo sabendo-se ter sido posterior às das restantes sete ilhas dos Açores. Afirma-se, porém, que em 1452 era reconhecida por Diogo de Teive e seu filho. Inicialmente denominada ilha de São Tomás ou de Santa Iria, em breve o seu nome é mudado para Flores, devido à abundância de flores amarelas (cubres) que revestiam toda a ilha, cujas sementes foram possivelmente trazidas da península da Florida, América do Norte, na plumagem de aves migradoras.O seu povoamento inicial é atribuído ao flamengo Wilhem van der Haagen (Guilherme da Silveira) que, depois de alguns anos, a abandona, indo fixar-se na ilha de São Jorge, decisão que se deveu ao afastamento da ilha e inexistência de ligações regulares por barco que permitissem a exportação da planta tintureira chamada "pastel" para a Flandres. Seguem-se, já no séc. XVI, agricultores de várias regiões do Continente que começaram a arrotear os seus campos produzindo trigo, cevada, milho, legumes e a explorar a urzela, líquen utilizado na tinturaria, e o "pastel". Nesse período recebem o foral de vila as povoações de Lages e Santa Cruz.Afastada das restantes ilhas do arquipélago, com poucos produtos para exportar, a ilha das Flores vive séculos de quase isolamento, interrompido pelas raras visitas das autoridades régias, de barcos de comércio do Faial e Terceira que vinham buscar azeite de cachalote, mel, madeira de cedro, manteiga, limões e laranjas, carnes fumadas e, algumas vezes, louça das suas cerâmicas e, em troca, deixavam panos de lã e linho e outros artigos e de navios que ali faziam aguada e compravam viveres. Este isolamento não evita que, em 1587, seja atacada por uma esquadra inglesa que saqueia a ilha e que outros navios corsários e piratas um dos quais, conta a tradição, se refugiou na gruta dos Enxaréus, a ataquem e pilhem.Os navios baleeiros americanos, que frequentam os Açores desde meados do séc. XVIII até finais do séc. XIX, caçam o cachalote nas suas águas e recrutam, entre a população, marinheiros e arpoadores. Muitos deles tornam-se capitães de veleiros merecendo destaque o "Wanderer" que, tendo navegado até 1924, foi considerado o mais belo baleeiro americano.O desenvolvimento da agricultura e da pecuária, a beneficiação das instalações portuárias, um aeroporto e a presença de uma estação francesa de telemedida são acontecimentos recentes, que abriram novos horizontes ao progresso da ilha.
SÃO JORGE
Introdução
O verde extenso das pastagens polvilhadas de flores silvestres. Os circulos amarelos do queijo delicioso. A linha vertical de falésias cobertas de arvoredo. O reencontro do silêncio, da natureza. A mancha polícroma de mantas tecidas em primitivos teares. As nesgas planas das "fajãs" férteis onde crescem vinhedos e pomares. Atractivos de São Jorge, ilha-navio ancorada no mar.
A geografia
Ilha alongada que com 56 km de comprimento apenas tem 8 km de largura máxima. São Jorge tem uma área de 246.25 km2. Criada por sucessivas erupções vulcânicas em linha recta, de que restam crateras, a sua plataforma central tem a altitude média de 700 m, com o ponto mais elevado a 1.067 m. A costa, escarpada e quase vertical, sobretudo a norte, é interrompida por pequenas superfícies planas costeiras - as fajãs, Está situada a 28º 33' de longitude oeste e a 38º 24' de latitude norte.
S. JORGE
A história
O descobrimento e povoamento da ilha estão envoltos em mistério. A primeira referência a São Jorge data de 1439 e sabe-se que, cerca de 1470, quando já existiam núcleos de colonos nas costas oeste e sul e a povoação de Velas fora fundada, veio para a ilha o nobre flamengo Wilhelm Van der Haegen, que, no Topo, criou uma povoação, onde veio a morrer, com fama de grandes virtudes, já com o seu nome traduzido para Guilherme da Silveira. Rápido deve ter sido o povoamento da ilha, com gentes vindas do Norte do continente, bem como a sua prosperidade, pois a sua capitania era doada, em 1483, a João Vaz Corte Real, donatário de Angra, na Terceira, e Velas recebia foral de vila antes do final do séc. XV. Topo era sede de concelho em 1510 e Calheta em 1534, demonstrando a vitalidade de uma economia que, além da vinha e do trigo, tinha no cultivo do pastel e na colheita da urzela, exportados para a Flandres e outros países da Europa, e usados na tinturaria; as suas principais produções.
BIOGRAFIA:
<a href="http://web.galaia.pt/SJorge/historia/biografias/guilherme_silverira.php"<B>São Jorge Digital</B></a>
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Qual a grafia correta ? Foram encontradas as seguintes grafias para o
mesmo nome:
- Para WILHELM: Wilen, Willen, Willim, Willian, William, Willelm, Wilhem
e outros.
- Para HAEGEN: Hage, Hagen, Haage, Haagen, Haghen, Haege e outros.
Também se encontra a mesma pessoa com os seguintes nomes:
- Guilherme Da Silveira, Guilherme Vandaraga, Guilherme Casmasca.
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FALECIMENTO: Em pelo menos duas fontes diferentes, diz:
"o falecimento de Guilherme da Silveira ocorreu no dia de S. Tomé, no final da década ... (1510)".
O Dia de São Tomé é 03 de Julho, segundo o calendário católico, porém, aparece 21de Dezembro,
segundo uns autores ou 13 de Setembro, segundo outros autores.