Balthazar de Moraes de Antas, natural de Portugal, nasceu antes de 1540 e veio para São Paulo onde casou-se antes de 1561com Brites Rodrigues Annes, natural de Portugal. Ela veio a esta capitania trazendo três filhas solteiras, que se casaram com pessoas de conhecida nobreza. Tiveram 4 filhos: Pedro de Moraes de Antas, Balthazar de Moraes de Antas, Anna de Moraes de Antas e Izabel de Moraes.
<p>"Nasceu em Mogadouro,Traz-os-Montes. Pertencia as famílias Moraes e Antas, mas não era herdeiro do morgadio, que cabia ao primogênito e que na maior parte tinha sido anexado à coroa. Era o 10º neto de Afonso Henriques - fundador de portugal -, Baltazar chega a São Vicente em 1555.
<p>Em 1579 Baltazar de Moraes foi eleito Juiz Ordinário da Vila de São Paulo. Foi no entanto impedido de tomar posse sob a alegação de que seria cristão-novo e, portanto, impedido por lei de exercer cargos públicos. Baltazar recorreu ao então Capitão-Mór de São Vicente, que Ihe garantiu a posse.
<p>Deve no entanto ter sido constrangido pelas suspeitas, porque em abril de 1579 ele abandona o posto e segue para Portugal com o único objetivo de obter provas formais de que era cristão velho de conhecida e nobre linhagem.
<p>Volta a Portugal onde faz lavrar sua carta de nobreza em 11 setembro de 1579. Registra seus títulos sucessivamente no Porto, Fayal, Bahia e São Vicente, provando que não era Judeu ou Cristão Novo.
<p>Chegando em Portugal, dirige-se à sua cidade natal, Mogadouro onde faz lavrar uma carta "de puritate sanguini" com todas as formalidades exigidas pela lei e pela Inquisição. Anos antes, seu irm��o Belchior já havia feito lavrar um outro documento, desta vez uma carta de nobreza, que é também reproduzida nos documentos de Baltazar pelos escrivãos locais.
<p>Para que êstes documentos fossem aceitos sem qualquer sombra de dúvidas em São Vicente, Baltazar faz uma verdadeira peregrinação, fazendo-os serem reconhecidos em todas as localidades, de Mogadouro à Bahia. Isto porque cada escrivão só podia reconhecer o sinal de outro escrivão por êle conhecido.
<p>Chegando à São Vicente porém, parece que se desinteressou pelo assunto, não voltou mais à São Paulo, e morreu próximo de 1600.
<p>Nesse ano então, seu filho Pedro de Moraes leva os documentos ao cartório de São Vicente e os faz reconhecer.
<p>Os originais foram parar nas mãos de Francisco Velho de Moraes, neto de Baltazar que, para nossa sorte, os faz reproduzir nos livros da Vila de São Paulo em 1670, 90 anos depois, e por isto foi possível localizá-los e com êles reproduzir a filiação de Baltazar até os senhores de Vimioso. Daí até os Afonsos ( Henriques de Portugal e VI de Leão), consta de uma ação movida pela família para impugnar a tomada de Vimioso pela Coroa, sob a alegação de não existirem mais herdeiros. Dos Afonso até os visigodos são linhagens reais e portanto bem estudadas e conhecidas."
<p>Texto extraído da obra "Os Moraes", de Regina Maria Moraes Junqueira, SP, 1999.